A população a nível mundial foi surpreendida pela rapidez com que ocorreu o desenvolvimento de vacinas contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Dentre as vacinas que estavam realizando sua terceira fase de testes no Brasil e já os concluíram, a vacina CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac, e a vacina da Universidade de Oxford em parceria com o laboratório britânico AstraZeneca são as duas de maior interesse do governo e, felizmente, já foram previstas possíveis datas para o início da vacinação, as quais falaremos mais adiante.
As duas vacinas estão no aguardo da aprovação (mesmo que temporária/emergencial) da Anvisa para que possam ser disponibilizadas para a população. A vacina CoronaVac está sendo produzida no Brasil através da parceria da Sinovac com o Instituto Butantan (São Paulo), já a vacina da Oxford e AstraZeneca será importada da Índia pela Fiocruz, e em breve também será produzida pela Fiocruz.
A opinião das pessoas a respeito da vacina CoronaVac tem estado dividida desde que foi divulgado pelo Instituto Butantan o percentual de eficácia geral da vacina após os testes realizados no Brasil, que foi de 50,38%. Este resultado está bem próximo, mas ainda é superior ao mínimo recomendável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é de 50%. Este índice, também chamado de "Índice de Eficácia Global" representa a capacidade da vacina de proteção em todos os casos, leves, moderados ou graves. Embora o percentual de eficácia geral tenha deixado algumas pessoas preocupadas, os testes feitos nas fases 1 e 2 mostraram que a vacina é segura e causa resposta do sistema imunológico humano, de acordo com o governo de São Paulo.
Já a vacina da Oxford e AstraZeneca teve percentual de eficácia global de aproximadamente 70%, 22 após a primeira dose. Pesquisas publicadas na revista científica “The Lancet” apontam para a segurança e forte resposta imune durante a segunda fase de testes. Foi enviado para a Índia nesta Quarta Feira (13 de Janeiro de 2021) um avião para buscar 2 milhões de doses compradas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Qual a diferença entre as duas vacinas em questão?
Vacina da Sinovac:
"A CoronaVac é uma vacina contra a Covid-19 que usa vírus inativados. Esta técnica recorre a vírus que foram expostos em laboratório a calor e produtos químicos para não serem capazes de se reproduzir. Isso quer dizer que não há a presença do vírus Sars-Cov-2 vivo na solução, o que reduz os riscos deste tipo de imunização." (G1, 2021)
Vacina da Oxford/AstraZeneca:
"O nome da vacina é ChAdOx1. Ela utiliza uma tecnologia conhecida como vetor viral recombinante. Ela é produzida a partir de uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés -- e que não causa doença em humanos. A esse imunizante foi adicionado o material genético usado na produção da proteína "spike" do Sars-CoV-2 (a que ele usa para invadir células), induzindo os anticorpos." (Bem Estar, 2021)
Quando a Anvisa dará uma resposta sobre a autorização emergencial das vacinas?
A Anvisa fará uma reunião com a sua Diretoria Colegiada para decidir sobre os pedidos emergenciais das vacinas provenientes da Sinovac e da Oxford/AstraZeneca no dia 17 de
Janeiro de 2021.
Existe algum empecilho maior para a decisão da Anvisa?
Sim, além do tempo reduzido, ainda faltam alguns documentos e dados complementares a serem enviados para a Anvisa sobre ambas as vacinas.
O Brasil já assegurou algum quantitativo de doses de uma ou mais vacinas contra a Covid-19 para o ano de 2021?
Sim, felizmente o Brasil já possui 354 milhões de doses asseguradas para este ano. O Ministério da Saúde detalha o quantitativo dessas doses conforme abaixo:
Dois milhões da AstraZeneca importadas pela Fiocruz;
100,4 milhões da Fiocruz/AstraZeneca até julho (produção nacional com IFA importada);
110 milhões da Fiocruz/AstraZeneca (produção integral nacional de agosto a dezembro);
100 milhões de doses do Butantan/Sinovac. (Ministério da Saúde, 2021)
O Ministério informa também que está em processo de negociação com outros laboratórios, tais como Janssen, Pfizer, Moderna , Barat Biotech e União Química.
O Brasil também faz parte da Covax Facility, que prevê 42,5 milhões de doses para o país.
"A Covax Facility é uma aliança internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS), Gavi Alliance e da Coalition for Epidemic Preparedeness Innovations (CEPI), que tem como principal objetivo acelerar o desenvolvimento e a fabricação de vacinas contra a Covid-19 a partir da alocação global de recursos para que todos os países aderentes à iniciativa tenham acesso igualitário à imunização." (Planalto, 2020)
Além das vacinas, o Brasil tem o material necessário em quantidade suficiente para realizar a vacinação?
Sim, o Ministério informa que cerca de 80 milhões de seringas e agulhas estão disponíveis no Brasil, quantidade suficiente para que a vacinação possa ser iniciada ainda em Janeiro de 2021.
"A Organização Panamericana de Saúde (OPAS) garantiu reforço de 8 milhões de seringas e agulhas para final de janeiro até início de fevereiro - no total, serão 40 milhões de unidades. Outras 30 milhões já requisitadas pelo Ministério da Saúde à Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO)." (Ministério da Saúde, 2021)
Quando alguma das vacinas estará disponível para a população?
Estipular prazos e datas para a disponibilização da vacina para as pessoas no Brasil tem sido um grande desafio devido a todas as questões de segurança, eficácia e aprovação das vacinas, custos e planejamento. O Ministério da Saúde, no entanto, prevê três possíveis e otimistas opções para o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, ocorrendo a distribuição das vacinas simultaneamente nos estados do país:
Até 20 de janeiro: melhor hipótese, com o uso das vacinas do Instituto Butantan e as doses da vacina da Astrazeneca importadas da Índia;
De 20 janeiro a 10 de fevereiro: hipótese intermediária, já com vacinas produzidas no Brasil pelo Butantan e pela Fiocruz;
De 10 de fevereiro até início de março: hipóteses de vacinação mais tardia. (Ministério da Saúde, 2021)
Embora estejamos em um cenário otimista em relação à vacinação, é importante lembrar que as orientações de segurança precisam ser mantidas e não devem ser negligenciadas.
Como ocorrerá a vacinação dos grupos prioritários e quais são eles?
A vacinação dos grupos prioritários ocorrerá em quatro fases:
"Na primeira fase, conforme a coordenadora do PNI, devem entrar trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena. Em um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos. A terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas, cardiovasculares, entre outras). A quarta e última fase deve abranger professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional." (Ministério da Saúde, 2020)
Após a vacinação dos grupos prioritários, a vacina estará disponível para a população em geral.
Agora vamos à pergunta final:
Quais documentos são necessários para uma pessoa receber a vacina?
Ambas as vacinas serão administradas em duas doses e, para o melhor controle do governo, é importante que ao se dirigir ao local de vacina, a pessoa apresente um dos dois documentos a seguir:
CPF;
Cartão Nacional de Saúde.
Caso uma pessoa não apresente qualquer documento e prove que faz parte do grupo prioritário correspondente à fase da vacinação, ela não será negada de receber a vacina, no entanto, o CPF é um documento usado no dia a dia, e que muitas vezes as pessoas estão sempre acompanhadas dele (presente na carteira de habilitação para motoristas e comumente no RG), ou seja, não há motivos para comparecer à vacinação sem portar o documento.
Caso você não tenha em mãos o Cartão Nacional de Saúde, popularmente conhecido como Cartão do SUS, temos uma ótima notícia para você. O governo disponibilizou um aplicativo móvel de nome Conecte SUS, que trás informações tais como histórico de vacinação, medicamentos e exames realizados na rede pública de saúde, e pode ser utilizado no lugar do cartão físico.
Se você tiver interesse no aplicativo, pode buscá-lo na loja de aplicativos do seu smartphone ou acessar os serviços pelo navegador web por aqui.
Para finalizar esta matéria, gostaríamos de compartilhar com você este vídeo divulgado pelo Ministério da Saúde sobre a imunização que ocorrerá assim que possível, sendo um grande passo a mais na luta contra a Covid-19.
Fontes: Ministério da Saúde (1, 2, 3, 4), BBC News Brasil (1, 2), Bem Estar (1, 2), G1, CNN Brasil (1, 2, 3), Organização Pan Americana de Saúde, Planalto
Confira aqui a decisão da Anvisa sobre a autorização emergencial das vacinas.
Prevenção Contra a Dengue
"Estamos passando por uma pandemia causada pelo novo coronavírus, resultando na doença que já causou muitas fatalidades, conhecida como COVID-19. As chances de esta doença ser fatal tendem a aumentar bastante se a pessoa também estiver enfrentando outra doença simultaneamente. Uma das doenças que não pode ser esquecida é a Dengue, que é uma doença febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitidos através de picadas de insetos)..."
Vacina Contra o Coronavírus
"Muito se especulou sobre a imunização contra o novo coronavírus desde o início da pandemia, afinal, é um cenário assustador saber que uma pandemia está acontecendo mundialmente e não há uma vacina contra ela. [...] No cenário atual, quatro vacinas entre as onze que estão na terceira fase de testes já apresentam resultados satisfatórios..."
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