É comum vermos em filmes e séries de TV um comportamento fora do comum em pessoas que passaram por situações traumatizantes, incluindo medo constante, ataques de pânico e impossibilidade de relaxar, mas será que aquelas reações são exageradas ou realmente se enquadram no que de fato acontece na vida real?
Neste artigo iremos explicar a você sobre o transtorno de estresse pós-traumático.
Uma pessoa que passou por uma situação violenta ou que representou ameaça à própria vida ou à vida de outra pessoa pode ser afetada de maneira prolongada mesmo após o encerramento daquela situação.
Você consegue imaginar muitas situações desse tipo?
Exemplos de situações que podem causar esse transtorno são: agressões, assaltos, acidentes de carro, abuso sexual, terrorismo, tortura, guerra, sequestro, desastres naturais, entre outras.
Sintomas
Existem diferentes tipos de sintomas quando se trata do transtorno de estresse pós-traumático.
Revivescência
Na reexperiência ou revivescência, a pessoa tem pensamentos invasivos e persistentes envolvendo a situação traumática, assim como flashes de memória e pesadelos frequentes sobre o que aconteceu.
A recordação do acontecimento pode vir espontaneamente ou através de gatilhos que fazem a pessoa se lembrar do ocorrido.
Durante a lembrança, a pessoa sofre com uma intensa crise de ansiedade e sente como se estivesse revivendo o momento traumático. A pessoa pode sentir a mesma sensação desesperadora, medo e dor que sentiu no momento, além dos sintomas de hiperexcitabilidade que você verá mais a frente.
Esquivamento
A pessoa passa a evitar qualquer coisa que a possa fazer lembrar do trauma, sejam lugares, pessoas, atividades ou situações. A pessoa pode, por exemplo, evitar ao máximo entrar em um carro caso o acontecimento traumático tenha sido um acidente envolvendo esse tipo de automóvel.
Com os sintomas de esquivamento, é comum que a pessoa se isole e também evite conversar sobre o ocorrido.
Alterações no humor e na memória
É possível que a percepção que a pessoa tem sobre o acontecimento fique distorcida, fazendo-a culpar a si mesma ou a outros (que não foram culpados) pelo que aconteceu.
Em situações como um assalto que resultou na morte de outras pessoas, é comum que a pessoa se sinta fortemente culpada por ter sobrevivido enquanto outras pessoas perderam a vida, principalmente se essas outras pessoas tinham vínculo emocional com ela.
É possível também que alguém que passou por uma situação traumática não consiga se lembrar de partes relevantes do acontecimento (amnésia dissociativa), se sinta constantemente estranho, tenha dificuldade em sentir emoções positivas e perca o interesse nas atividades que antes eram prazerosas.
Com a continuação dos sintomas, existe uma maior probabilidade de que a pessoa desenvolva o transtorno depressivo.
Hiperexcitabilidade (excitação exagerada)
A pessoa que passou por um trauma pode se assustar com muita facilidade, ficando excessivamente vigilante e passando a ter fortes reações de defesa pessoal em situações inadequadas como, por exemplo, se jogar para o lado ou instantaneamente atacar alguém se essa outra pessoa lhe tocar ombro sem que ela tenha percebido essa outra pessoa se aproximar.
Além disso, pode haver insônia, medo constante de morrer, dificuldade de concentração, irritabilidade, e também sintomas físicos durante as crises de ansiedade como taquicardia, falta de ar, tontura, transpiração em excesso e dor de cabeça.
Diagnóstico
O diagnóstico do transtorno de estresse pós-traumático leva em consideração se a pessoa passou por algum evento traumático ou testemunhou tal evento, assim como a presença dos sintomas característicos do transtorno, seguindo o Manual de Diagnóstico dos Distúrbios Mentais e a Classificação Internacional das Doenças.
O médico também avaliará se os sintomas não estão sendo causados por uso de substâncias ou por consequência de outro transtorno mental.
Importante: A compreensão e apoio das pessoas ao redor também ajuda a quem está sofrendo de estresse pós-traumático a ir ao médico e receber o diagnóstico correto. Em muitos casos, as pessoas que sofrem do transtorno evitam procurar ajuda médica por medo de descrever os sintomas e retomar a lembrança do trauma de forma proposital.
Um transtorno de estresse pós-traumático não tratado, além de poder desencadear um transtorno depressivo, pode levar ao aparecimento de diversos problemas de saúde físicos, como problemas cardíacos, devido aos sintomas e à forte intensidade deles.
Tratamento
O tratamento normalmente é feito com uso da psicoterapia e de medicamentos para controlar a ansiedade.
Na psicoterapia, a pessoa poderá entender sobre o transtorno e sobre o que está acontecendo com ela, também terá a ajuda do psicólogo e de técnicas específicas para lidar pouco a pouco com cada um dos sintomas psicológicos deixados pelo trauma. Com essa ajuda, a pessoa passa a conseguir lidar com a situação e assim diminuir a intensidade e frequência das crises de ansiedade.
Referências: Dr. Drauzio Varella, Manual MSD, Pfizer, Rede D'or São Luiz
Prevenção ao Suicídio (Setembro Amarelo)
"...Estima-se que aproximadamente 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados se as vítimas tivessem recebido ajuda tanto de profissionais quanto de pessoas ao redor, mas para que as pessoas recebam a ajuda necessária e cada vez mais casos de suicídio não venham a acontecer, é necessário que todos tenham um melhor entendimento sobre..."
Plano de Saúde Após Demissão do Emprego
"...Para diminuir a chance de que aquela pessoa fique sem assistencia à saúde, a ANS define algumas regras e possibilidades para essa situação, desde que o funcionário tenha sido demitido sem justa causa..."
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