O primeiro passo para evitar problemas de saúde é ter o conhecimento sobre eles, sobre o que causam, e principalmente, se é possível prevenir que aconteçam ou ao menos evitar os fatores de risco. Neste artigo trataremos sobre o câncer que atinge o estômago, órgão extremamente fundamental para o processo digestivo.
O chamado “Câncer de Estômago” ou “Câncer Gástrico” pode ser classificado principalmente (mas não apenas) em três tipos, sendo que o tipo adenocarcinoma (que derivam das células glandulares, no revestimento gástrico) compõe aproximadamente 95% dos casos.
Outros tipos mais raros de câncer de estômago são:
Linfomas: Quando o câncer no sistema linfático se desenvolve dentro do estômago;
Sarcomas: Quando o câncer se desenvolve a partir de tecidos dos músculos, cartilagens e ossos.
O câncer de estômago é mais comum em pessoas com mais de 50 anos e pode causar os seguintes sintomas:
Desconforto na região abdominal (comumente dor na parte superior da região);
Vômitos;
Náuseas;
Sensação de queimação;
Cansaço;
Perda de peso;
Refluxo;
Falta de apetite;
Sensação de estômago cheio (devido à presença do tumor).
Em alguns casos podem ocorrer também:
Vômito com sangue;
Fezes com sangue;
Fezes escurecidas, pastosas e com odor extremamente forte.
Quando o câncer evolui para um estágio avançado, além de poder apresentar os sintomas listados acima, pode apresentar também:
Nódulos na região abdominal (ao redor do umbigo);
Aumento do fígado;
Íngua na região inferior esquerda do pescoço.
O câncer de estômago é de alto risco e pode levar à morte, maiores complicações ocorrem quando há a metástase, ou seja, quando o câncer se espalha do seu ponto de origem para outros órgãos e regiões do corpo.
Sabendo do graves sintomas que este câncer causa, além do risco de morte, é importante ficar atento aos fatores ou atitudes que favorecem ao desenvolvimento do mesmo, confira mais abaixo.
Fatores de Risco
Segundo o Instituto Nacional de Câncer, os fatores abaixo potencializam as chances de uma pessoa vir a desenvolver câncer de estômago:
Sobrepeso ou obesidade;
Alcoolismo;
Exposição à radiação ionizante (como raios X e gama);
Exposição aos agrotóxicos e compostos químicos utilizados na agricultura;
Exposição aos compostos químicos cancerígenos liberados na produção da borracha;
Ingestão de água de poço com alto nível de nitrato;
Alto consumo de sal ou alimentos salgados;
Elevado consumo de alimentos embutidos, defumados e/ou conservados com sal e substâncias cancerígenas.
Ter parentes próximos (de primeiro grau) que tiveram câncer de estômago;
Doenças pré-existentes;
Tabagismo.
O tabagismo faz com que uma pessoa fumante tenha duas vezes mais chances de desenvolver câncer de estômago, se comparada a uma pessoa não fumante.
Como o estômago está completamente relacionado à digestão, o consumo elevado de alimentos conservados, assim como o consumo elevado de sal são dois dos principais vilões dentre os fatores de risco.
As doenças ou lesões pré-existentes que trazem mais risco para o desenvolvimento do câncer de estômago são:
Anemia perniciosa (causada pela ausência ou carência de vitamina B12 no organismo);
Gastrite atrófica;
Metaplasia intestinal;
Pólipos gástricos;
Infecção pela bactéria Helicobacter pylori.
Pólipos gástricos são pequenas lesões gástricas de caráter benigno, mas que podem se tornar cancerosos se forem muitos ou com tamanho maior que 2cm.
A Infecção pela bactéria Helicobacter pylori, popularmente conhecida como “H. pilory”, é uma causa comum de gastrite e úlceras gastricas, que podem favorecer de forma considerável o surgimento deste tipo de câncer.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de estômago é feito através do exame de endoscopia digestiva alta. Você sabe como funciona este exame?
Na endoscopia digestiva alta, o paciente recebe uma sedação que irá durar o tempo de realização do exame (aproximadamente 15 minutos), em seguida, ocorre a introdução do endoscópio através da boca e garganta do paciente. O endoscópio é um tubo flexível com uma câmera e uma lanterna na ponta, permitindo assim ao médico visualizar em tempo real como estão o esôfago e o estômago do paciente, analisando as condições dos tecidos. Com o próprio aparelho é possível fazer também a biópsia, que consiste na retirada de pequenos fragmentos de tecido, para que depois sejam enviados para uma análise laboratorial e assim ser confirmada ou não a presença de câncer de estômago.
O exame é seguro e o paciente recebe oxigênio e também tem a frequência cardíaca monitorada durante todo o processo.
Se for confirmado o diagnóstico de câncer de estômago, normalmente é solicitado um exame de tomografia computadorizada para que seja verificado o quão extenso o tumor maligno está naquele momento.
Outros exames como hemograma, ressonância magnética e ultrassonografia endoscópica podem ser solicitados.
Tratamento
Se o câncer estiver restrito ao estômago, o tratamento é cirúrgico, possibilitando a remoção do tumor. Pode ser necessária a remoção parcial ou total do órgão.
A quimioterapia antes ou depois da cirurgia tende a aumentar as chances de cura. Em alguns casos, também pode ser necessário recorrer à radioterapia após a cirurgia.
Existem algumas situações em que a cirurgia não é possível, como por exemplo, se o tumor tiver atingido a artéria aorta. Nestes casos e em casos de metástase, quando o câncer já se espalhou para outros órgãos, infelizmente não é possível obter a cura da doença e o tratamento possível é apenas paliativo, buscando melhorar a qualidade de vida, prolongar o tempo de sobrevida e aliviar os sintomas.
Agora vamos ao que mais interessa e à pergunta que trouxe você até aqui. Como evitar o câncer de estômago?
Como sabemos, não é possível garantir o não aparecimento de cânceres, mas é possível evitar que atitudes cotidianas favoreçam o surgimento desta doença que pode ser tão fatal, e isso consiste em evitar os fatores de risco controláveis.
No caso do câncer de estômago, podemos fazer isso por:
Manter o controle de peso;
Praticar exercícios;
Manter uma dieta saudável com alimentos frescos, tais como frutas e verduras;
Ingerir água filtrada;
Evitar o consumo elevado de sal;
Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
Evitar o consumo de alimentos em conserva;
Evitar a exposição aos compostos químicos cancerígenos;
Além de manter as medidas de prevenção, caso sejam notados os sintomas já mencionados neste texto, é importante não ignorá-los, principalmente se persistirem após alguns dias. Esta atitude pode salvar vidas, pois exames realizados em pessoas com sintomas sugestivos da doença podem resultar na detecção precoce do câncer, o que é extremamente importante para que o tratamento seja bem sucedido.
Referências: Instituto Nacional de Câncer, Dr. Drauzio Varella, Manual MSD
Diga NÃO ao Fumo
"...O tabagismo não é algo pequeno ou não alarmante, talvez algumas pessoas pensem isso devido à grande quantidade de pessoas que são adeptas aos cigarros e devido à facilidade de encontrá-los em diversos pontos de vendas, mas o tabagismo é reconhecido como uma doença crônica, como resultado da dependência à nicotina, substância que está presente nos produtos que têm tabaco em sua composição, como o cigarro..."
Qual é a Função de Cada Vitamina?
"...Se a deficiência de uma única vitamina já causa problemas significativos, imagine só a deficiência de duas ou mais delas? Uma boa notícia é que a quantidade necessária dessas vitaminas para o corpo humano está presente nos alimentos que consumimos, principalmente frutas, ou seja, alimentos frescos, e também em alimentos de origem animal e vegetal..."
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